Eu sempre tive a intuição de que teria três filhos, dois garotos e duas meninas.
E daí nasceram meus dois pequenos e a minha primeira princesa.
Quando ainda estava na maternidade, na época do último parto, o Dr. Jorge , meu obstetra e ginecologista entrou no quarto – lá estava eu e meu marido – e disse: “Neguinha vamos parar por aqui? Você já tem três, tem problemas nos seus partos difíceis e micro varizes que depois tem que tratar”. Eu olhei para ele e perguntei: “É uma ordem médica?” e ele disse que sim.
E assim foi feito. Tomamos muito cuidado na prevenção de uma nova gravidez, mas um ano e três meses depois, eis que eu apareço grávida novamente.
Fiquei feliz, o que não aconteceu com meu marido e com minha mãe, pois ambos sugeriram que eu abortasse o bebê. Disse que não, que de lá só sairia depois dos nove meses de gravidez. E assim foi.
Ah! Eu me esqueci de um fato pregresso: trabalhava eu como voluntária em um Centro Espírita, o Razin, e a diretora me disse se eu poderia ajudar com uma bebê recém nascida que fora abandonada e que era muito linda, de cabelos loiros cacheados e olhos azuis e precisava de um lar. Tentei com várias pessoas para arrumar um lar para a pequena, mas nada consegui. Quis adotá-la, mas novamente vieram os “nãos” do marido e da mãe, e eu desisti.
Um mês depois, eu apareci grávida e nasceu uma linda menina de cabelos loiros cacheados e lindos olhos azuis.
Fiquei feliz por demais. Eis aí um plano superior tramando e realizando as coisas como elas devem ser.
Minha caçula foi crescendo: linda, linda, linda e extremamente comunicativa.
Quando alguém chegava no berço ou no carrinho e dizia; “Que linda boneca”, ela levantava os bracinhos para ser pega no colo. Eu tinha medo que a roubassem de mim.
Ela foi crescendo sem muitos problemas até entrar na escola. Daí não conseguia ser alfabetizada. Vimos que era possuía dislexia. Eu corria com professoras particulares, e quem a ajudou, com muito amor e carinho, foi uma tia-avó minha, a tia Esthér que era professora. Também ela passou por três psicanalistas. E sempre eu acompanhando esse complicado desenrolar.
Ao princípio da adolescência eu soube por um vizinho que ela estava usando drogas, o que foi muito complicado para mim. Eu a colocava com a cabecinha no meu colo e conversava, conversava, e explicava todos os malefícios, ela sorria encantadoramente, e continuava do mesmo jeito. E, quando voltava da escola, saía novamente, sorrateiramente e ia encontrar-se com os amigos numa rua vizinha.
Assim foi crescendo até que quando estava com 16 anos foi passar uns dias em Maresias, com uma amiga. Como toda a família da amiga ia junto, eu deixei.
E lá ela conheceu um cara, bem mais velho do que ela e se encantou por ele. Também ele usava drogas e estava construindo uma casa em Maresias.
Começaram a namorar e eu falava, falava e explicava e novamente de nada adiantou.
Ela ia para a escola logo cedo e eu a levava de carro, ela descia na porta, fazia até logo e entrava na escola, mas quando eu ia embora, ela saía da escola e ia para a casa dele onde ficava até o término do horário escolar.
Eu de nada sabia, e um dia, me bateu uma intuição e fui até a escola e me disseram que ela não vinha mais às aulas desde o início daquele semestre, quer dizer desde que havia conhecido o carinha na praia de Maresias.
E mais uma vez não adiantou aconselhar: continuaram namorando e um dia eu cheguei do trabalho e a empregada me disse que a Gisele havia ido embora.
Fui ao quarto dela e …nada havia. Ela levou tudo e eu não sabia onde estava minha filha e nem onde procurar, pois não sabia onde o rapaz morava.
Passaram-se alguns meses e uma noite ela apareceu em casa e perguntou se eu queria conhecer onde ela morava e eu fui e retornamos o nosso papo.
Logo depois ela marcou que queria conversar comigo e com o pai e disse que estava grávida e queria casar no civil e no religioso e com festa.
Assim foi feito.
Foram morar em Maresias, mas o casamento não ia bem porque ela era violento e a agredia por causa de muito ciúme, pois ela continuava linda.
Tiveram três filhos, eu a peguei em minha casa quando uma vez brigaram feio e ela ficou 2 anos comigo, coloquei as crianças em escola particular e em período integral e ela foi trabalhar num Shopping.
Mas, depois voltou para ele, até que se divorciaram.
Hoje minha filha está no segundo casamento, e eu continuo a apoiá-la e a socorro-la em qualquer circunstância.
Mas, sempre que algo acontece, ela fala comigo, pede a minha opinião e corre para o meu colo.
Nesse segundo casamento, engravidou e perdeu a bebê assim que a mesma nasceu, e após o enterro, sem que eu esperasse estava na porta de casa, à noite, toda inchada, com os seios lotados de leite e com os cabelos desgrenhados.
Eu a coloquei para dentro de casa, de repouso, comprei todos os remédios, ela desinchou, o leite teve que ser secado, pois havia uma grande infecção em seu corpo, e caprichei muito na alimentação. Depois fizemos todos os exames novamente, levei ao cabeleireiro, e numa semana ela voltou a ser a minha linda Gisele.
Eu sempre a socorro e ajudo e continuarei a faze-lo.
Se alguém passa pelo mesmo problema, escreva, telefone e fale comigo, pois vou gostar muito de compartilhar experiências.
JONIA RANALI
Psicanalista, docente em Psicanálise Clínica, escritora, palestrante, hipnoterapeuta, mindfulness, mentora em Auto Reprogramação Mental Financeira