Mussolini, fascismo e homossexualidade

Mussolini, ex-agitador revolucionário, fundou seu partido fascista em 1919, recrutando oficiais que voltavam da primeira guerra mundial, e que eram impacientes, audaciosos e violentos. Eles não discutiam com os oponentes, assassinavam-nos. Incendiavam cooperativas e sindicatos, atacavam comícios adversários com granadas e circulavam ameaçadores em gangues de automóveis e caminhões.

Mussolini tornou-se o homem mais popular da Itália.
O fascismo foi um movimento basicamente teatral e retórico, arrastando multidões para a cerimônia entusiástica de ódio e poder.

FORAM TAMBÉM ESSENCIALMENTE MACHISTAS, IMPREGNADOS, PORTANTO DE UM FUNDO HOMOSSEXUAL INCONSCIENTE. NELES, O CULTO DA DISCIPLINA, DA VIOLÊNCIA E DA CAMARADAGEM MASCULINA, ASSOCIAVA-SE AO RELEGAMENTO DA MULHER AO PAPEL DE REPRODUTORA E “DESCANSO DO GUERREIRO”.
Esse viés homossexual latente, não percebido conscientemente, transformava-se, por isso mesmo, num ódio irracional e pânico aos homossexuais.

O ódio ao homossexual e o desprezo pela mulher – mascarado sob a forma de respeito à mãe e à esposa – eram, entretanto algo muito mais profundo do que opiniões políticas. Trata-se de emoções generalizadas na sociedade que os fascistas exploraram como exploraram o anti-semitismo – notando-se que o judeu também era apresentado como sexualmente corrupto e corruptor.

ESSAS EMOÇÕES NÃO MORRERAM COM A MORTE DAS ORGANIZAÇÕES FASCISTAS, SOBREVIVERAM À NOSSA VOLTA, ESPERANDO SÓ OPORTUNIDADE DE SE MANIFESTAR.
Em abril de 1945, o exército guerrilheiro anti-fascista, os “PARTIGIANI” desceram das montanhas, expulsando para sempre os alemães e os fascistas.

Mussolini, fuzilado, foi pendurado pelos pés num posto de gasolina em Milão. E, entre a multidão enfurecida que cuspia em seu cadáver havia, com certeza, gente que em 9 de maio de 1938 o aplaudira com o coração batendo triunfalmente no peito.

JONIA RANALI

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