Alimentar bebês: um ato de amor!

É fato: existem crianças desnutridas por falta de comida. E, na realidade, os motivos são vários. Ou os pais estão desempregados, ou o ordenado de ambos não é suficiente para oferecer uma boa qualidade de alimentos, ou, ainda, são muitos os filhos. Trata-se de um problema real.

Mas, por incrível que pareça, a desnutrição infantil não é causada apenas por falta de alimentos. Estaremos enfocando aqui o fator emocional do problema, colocando para vocês as várias formas pelas quais uma criança pode cair na desnutrição, estar abaixo do peso recomendável para sua idade ou mesmo se recusar a comer, ainda que a comida seja farta e gostosa.

Isso normalmente está diretamente relacionado com um vínculo afetivo muito precário entre mãe e filho.

É preciso deixar claro que existe uma diferença muito grande entre alimentar de maneira afetiva, e simplesmente colocar comida na boca de uma criança. Durante a alimentação há uma liberação hormonal e, se existir uma relação de afeto entre mãe e filho, o alimento é mais bem metabolizado pelo organismo.

Incrível, não? Mas o emocional permeia os avanços das crianças em todos os sentidos. Mães com dificuldades econômicas, sociais ou afetivas, trarão influência desses fatores para o relacionamento com os filhos. A parte alimentar será a mais afetada.

Nesse ponto, entram vários setores: mães que não desejavam a gravidez, casamentos que estão desmoronando, mulheres que apanham de seus maridos, pais desempregados, etc.

Um fator comum entre as mães que não sabem alimentar com carinho, é que elas também não o tiveram quando crianças. Vejam só: como podemos dar o que nunca tivemos? São casos em que não existe, dentro de nós, esse modelo registrado para que possamos passar para nossos filhos.

Há mães que têm dificuldade até de tocar nos filhos. São mães que têm, inclusive, propensão a interromper a amamentação muito cedo, quando o ideal é que ela seja mantida até, pelo menos, seis meses de idade.

Para ilustrar essa questão da falta de amor, posso lhes contar, como exemplo, sobre uma faxineira que tive em meu consultório. Ela nunca havia dado sequer um beijo em nenhum de seus filhos. Não manifestava carinho, afeto. Não sabia que precisava e nem fazia idéia do quanto isso é importante para a criança.

Precisamos entender que toda hora é adequada para estar conversando com os filhos, contando a eles o que se sabe da vida, passando ensinamentos e perguntando como eles estão se sentindo. A criança vai perceber o quanto é amada, compreendida e importante. E isso a ajudará a ser um adulto melhor, com a sua auto-estima aumentada. Aí, então, teremos um ser humano melhor para a sociedade.

Está muito difícil educar o ser humano adulto. Então, temos que procurar as alternativas para criar uma futura geração melhor.

Meu trabalho, atualmente, está direcionado para isso. Considero que essa parte é uma pequena contribuição para a humanidade, e uma missão para mim, como ser humano.

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